casa da lulu: outubro 2005

segunda-feira, outubro 31, 2005

and by the way

perrengues

sexta:
1) depilação à laser;
2) toró; e fazer o percurso barra -- niterói; três horas perdidas;
3) a sala da casa da m. era uma piscina, entrou água (telha quebrada + chuva + água no forro = água destruindo sofá, tevê, som, livros, lps, cds, apostilas);

sábado:
4) quais as medidas cabíveis, que caminhos seguir;
5) faxina na casa to-da; ficou um brinco. linda e cheirosa, não parecia com o caos do dia anterior;

domingo: exaustão.

sexta-feira, outubro 28, 2005

tadeu, aproveitando que é seu dia, chega mais que precisamos conversar.


quinta-feira, outubro 27, 2005

li e a ficha caiu: é esse o sabor que falta.

[e me rendi: voltei ao escritório]
então escrevo posts e apago. tentativa vã de evitar repetição, de não me deixar muito transparente por aqui. e a cabeça rodando. não consigo mais tomar decisão nenhuma, nem as mais simples: volto ou não volto ao escritório pra me [auto-]enviar o e-mail; vou-não-vou fazer depilação amanhã; volto-não-volto pra natação no sábado; compro-não-compro o livro. saco. não gosto de indecisão. não quero mais me sentir pressionada. quero que algumas coisas se resolvam, estou tão cansada de uma parte da minha vida e tão satisfeita com outra. mas a insatisfação contamina tudo à sua volta. tô me sentindo um jiló.

que lindo

a manhã inteira trabalhando no escritório. gravo as petições no disquete pra imprimi-las em casa que a impressora de lá está ruim (é, de novo) e rumar pro fórum. e é claro que o disquete não quer abrir nesse computador.
desnecessário dizer que não enviei as petições pra mim mesma por e-mail porque, dã, estão na bosta do disquete.

quarta-feira, outubro 26, 2005

eu avisei



e foi ótimo. ariano suassuna é o mais fofo de todos os fofos de todo o universo. casaria com ele djá (se ele já não fosse casado, claro). vontade de jogar pétalas de rosas no chão por onde ele andará, beijar seus pés, fazer cafuné naquela cabeça branquinha.
ele chegou cedo, quatro e meia já estava por lá. eu também cheguei cedérrimo, fui a primeira da fila (se isso não é ser fã desconheço o que seja). e estava tão preocupada em conseguir um lugar, qualquer um, que esqueci do básico: não levei nem a câmera nem os livros que tenho dele pra que ele autografasse. que é claro que no final teve autógrafo. e a editora tinha alguns livros por lá. mas como a angélica já disse e eu nunca vou cansar de repetir, "ser pobre é mesmo uma merda. Mas não é uma merdinha não. É uma merda muito grande". e eu não tinha dinheiros comigo pra comprar um livro lá. perdi a chance da minha vida.
mas tá valendo, que tudo foi bom demais.
ariano suassuna recitou um pedaço de um dos sermões de pe. antônio vieira, poesias; cantou (suassuna já cantou pra você, hein, hein?) e foi ovacionado de pé, muitas vezes. fiquei com lágrimas nos olhos em muitos momentos. ele estava feliz, no seu bom humor habitual. recomendou muitas leituras e falou de brasilidade, cultura, filosofia, literatura, teatro, linguagem, música, arte. uma paixão sem tamanho pelo brasil e nossa cultura. enfatizando que, sim, existe uma cultura brasileira, que uma vez, quando ainda dava aula, quiseram trocar o nome de sua disciplina de história da cultura brasileira para história da cultura no brasil, como se nossa cultura fosse apenas uma entre muitas das manisfestações da cultura ocidental. e, claro, ele não aceitou e fez uma argumentação linda e comovente.
uma sumidade. e eu ali, de cara com tanta fofura.
não tô jogando confete que ele não precisa disso. é que foi ótimo mesmo.

e pensar que tinha cogitado de não ir na aula (ele diz que dá aulas; nada de conferências, palestras. falou ainda dos amigos -- luis fernando de carvalho estava lá, sentado duas cadeiras na minha frente -- e confessou que estava nervoso, que detesta viajar de avião e que preparou a aula, escolhendo como tema dentro de brasilidade e latinidade, o barroco e o popular na cultura brasileira; exibição de fotos e músicas e tals), enfim, cogitei de não ir porque estava toda murcha, pensando nos meus problemas.

não é exagero dizer que ele mudou minha vida.

e depois ainda teve apresentação do conjunto de música antiga da uff, lindo demais. com uma homenagem ao sussuna, um bloco de músicas antigas belíssimas tendo como tema o sebastianismo. e ele, fofo, fofo, fofo, assistiu o espetáculo todo, cumprimentou cada um dos músicos, agradeu mais uma vez à platéia e só depois foi autografar os livros.
+
ainda vai rolar muita coisa bacana por . não percam essa oportunidade.

sábado, outubro 22, 2005

sábado. quinze pra meia noite. crise existencial.

a m. tem os melhores vizinhos do mundo: segunda, meio da tarde, ouvem bob charles anos sessenta. incrível. e eu tinha esquecido de contar.
*
e falando na m.: sabe jorge? então, ela (m.) tem pena do dragão. pois é.
*
e eu não vou votar. tô pensando em justificar. pensando, que a multa é uns três e cinqüenta. modos que se estiver muito quente, ou chovendo ou uma coisa meio maricotinha, ah, nem. nhé.
*
cara, às vezes esqueço que moro em belford roxo. simplesmente esqueço, que é assim: quando não tenho nada pra fazer fico em casa, que não gosto de sair à esmo (antiquada, eu sei. sou old fashioned desde sempre); se tiver muita coisa pra fazer em casa, idem, nem nariz na janela. isso quer dizer, que ou fico socada dentro de casa ou não fico quase nada por aqui, e essa segunda parte tá ganhando disparada. e não fico mentalizando estou em belford roxo, ommmmmmm, estou aqui, ommmmmmm. aí tem umas pessoas que me dizem você não combina com belford roxo, tu é uma coisa meio bairro xis meio bairro ípsilon. e eu não sabia disso, que tem lugar com os quais a gente combina. estranho. lugar é lugar, gente é gente. ouquei que tem gente que nos lembra alguns lugares e vice-versa. mas sem isso de combinar. ou não.
*
pra você não se roer de curiosidade, moro aqui, ó:

mas é claro que não sei tirar essa tarja preta daí do lado. [atualizado: o agá é um querido e me enviou a foto, já devidamente corrigida, por e-mail. obrigadíssima.]
[google earth, dica da marina w.]

*
nos últimos quinze dias não sai da roda a grande questã: por que tem gente que, mesmo amando muito, profundamente, prefere se afastar, viver longe. claro que por gente leia-se homem. é, essas conversas de eternas diferenças meninas-meninos. meninas amam e querem e fazem de tudo pra ficar junto. meninos amam e nem sempre querem ficar junto. mistério insondável. não consigo compreender. nem minhas amigas. se você tem um palpite, cartas para a redação, plís.
*
e não curto muito essas oposições e caricaturas de meninos-isso, meninas-aquilo, guerra dos sexos e tals. mas de quando em quando acontecem umas coisas e esses assuntos entram na roda. o sentir e o querer feminino ainda são muito distintos dos masculinos. pena, meninos, é uma delícia amar. experimentem qualquer dia.
*
e isso é uma provocação, não joguem pedras nas janelas dessa casa.
*
ah, sim, era suposto d'eu estar no samba, mocidade. só que uma prova na quarta e uma outra quinta re-que-vem e a consicência pesando toneladas.
*
e tinha pensado em manter o silêncio aqui em casa por alguns dias. mas os ecos no peito estão me deixando douda. eis que preciso produzir barulhos pra manter a (in)sanidade habiltual.
*
e t. é uma querida. e não tem papas na língua, simplesmente fala (e nem sempre com tato). mas estava precisada de conversar com ela.
*
e o mundo voltou a girar.

um pouco de cultura não faz mal a ninguém

INTERLATINIDADES

[clique aqui ou ali em cima]

tem desde gilberto gil, mv bill e ariano suassuna até oficina de canto e percussão de música latino-americana, oficina de cerâmica carajá, oficina de tambor batá, oficina de atabaque; palestras; roda de leituras de poemas latino-americanos, lançamento de livros, ritual de purificação da nação shuar e por aí vai.

aproveitem, é de graça.

e pra coroar tanta latinidade, ainda tem a exposição por ti américa, no ccbb, sobre cultura pré-colombiana.

quinta-feira, outubro 20, 2005

ah, sim

pela primeira vez na vida me acostumei com o horário de verão assim de cara. sem reclamar nem nada. não que tenha passado a gostar, continuo achando um saco. mas nunca me acostumo, nem antes, nem durante, nem depois. modos que estar adaptada é um milagre.

nada como uma semana agitada pra não ter tempo de pensar em nada.

pimpim tirou a faixa e os pontos. está ótima. a primeira coisa que fez quando chegou em casa foi me mostar a cirurgia. quase chorei. de novo.

tô com sono, cansadíssima e com vontade de dormir até acordar.

por causa da greve (ainda, não aguento mais) terças e quintas só tenho a última aula. essa semana eu fui, o professor, bem, ele não. e me despencar de belford roxo até niterói pra não ter aula é foda.

querências e quereres.

conta-gotas.

quarta-feira, outubro 19, 2005

filosofando (e filosofando filosofia mais barata que as de botequim)

ter blog é escrever sobre o nada.

que nada do que se escreve (ou, melhor, nada do que eu escrevo) é realmente. não são essas coisas que me consomem por dentro.

fico pensando se eu nunca deletar esse blog, se o blogger nunca for a falência e isso ficar eternamente por aqui. será que depois que eu morrer alguém vai ler isso? saca virar fonte pra uma pesquisa histórica/ sociológica/ antropológia ou outro -lógica qualquer?

aí vão ver o reflexo do na-da. nada aqui reflete a realidade ou meus sentimentos ou questões existenciais que me fazem tremer. não tenho isso escrito em lugar nenhum. nem costumo verbalizar certas coisas com meus amigos. modos que quando eu morrer tudo morre junto, uma tonelada guardada dentro do peito.

que é assim, ó: o pessoal daqui de casa me vê como uma eterna mal humorada e sempre de cara amarrada. o que é uma meia verdade. às vezes, sim estou assim. a maior parte do tempo, não. estou bem. mas não gosto quando começam por que dessa cara? (eu apertei um botão aqui, nem sei qual e publicou o post sozinho. vai entender. aí tenho que voltar, clicar num monte de botão chato e voltar a escrever. eu já disse que tinha que ter voltado pra cama hoje). aí se eu morrer e forem entrevistar minha família eles vão dizer que nunca conheceram ninguém mais mal humorada, coitada, era até boa pessoa mas com um humor do cão. sempre. era da natureza dela.

pois. uma ova que é da minha natureza ser assim. quando estou com cara de cu é que to remexendo no meu lodo. e do meu lodo eles não sabem. ou não querem saber, não sei.

aliás, o que pode alguém saber sobre outra pessoa?

aí continuo escrevendo sobre o nada, fazendo cara de paisagem e esperando a vida passar.

(e os médicos de plantão tendo certeza da minha esquisofrenia desenfreada)

há dias que não deveria ter coragem sequer de abrir os olhos

quiçá acordar, levantar, viver.

mas precisava acordar. tive dois sonhos estranhos. no segundo, eu chorava. e estava sufocando de verdade, no mundo real e não no mundo dos sonhos, não conseguia mais respirar. aí não tive opção a não ser acordar.

mas deveria ter tomado banho e voltado a dormir.

que veja bem: esqueci minha necessaire (como se escreve isso?) no carro. e dentro dela ficam a cera e o outro bregueináite do cabelo. e as dezenas de tic-tacs que tenho que colocar quando ele ainda está molhado pra não ficar com cabelo de maluca. só me sobrou a mousse que não deixa meu cabelo assim nenhuma brastemp, além de ficar tudo ressecado. e não tenho um tic-taczinho aqui, tá tudo lá na necessaire, no carro. ouquei, o carro tá aqui na garagem do prédio, mas você não acha mesmo que eu vou descer, atravessar a garagem tooooda (que o carro fica lá perto do portão) pra pegar os bregueináites de cabelo, né? que a minha frescura acaba onde começa a preguiça, que reina soberana.

aí era hora de ligar pra empresa-de-energia-elétrca-que-eu-não-preciso-citar-o-nome pra resolver pepinos do apartamento. tá, sou a proprietária, mas nunca morei lá (ou aqui, que é literalmente embaixo de onde moro). mas o proprietário anterior, olha que meigo, transferiu a conta pro meu nome sem minha solicitação, sem me avisar e a porra da empresa-de-energia-elétrca-que-eu-não-preciso-citar-o-nome aceitou. e a atendente diz que a conta é devida, sim, porque, sendo eu a proprietária (dã...) sou a responsável pelo imóvel; e conta de luz é igual imposto. só se for na terra dela. cara, tem umas horas que detesto ser advogada, que se eu fosse inguinorante de todo eu acreditava nisso, pagava a conta e ainda ia ficar feliz da vida de ter sido tão bem atendida. agora tenho [mais um] processo pra dar entrada. que além do aviso de corte (!), meu nome está a caminho do spc e do serasa (meu nome na lama, na laaaaaamaaaaa! que veja bem, se é pra fazer merda que seja direito: já que me imputam uma conta sem eu ser cliente, haja vista que jamais solicitei o serviço e que nunca assinei contrato, é muito justo que meu nome vá pros cadastros restritivos de crédito pra eu ficar bem humilhada e ter uma indenização que compense minha humilhação e a encheção de saco de um processo. mas a cereja de sundae foi ter exigido o registro e o número da reclamação e a atendente ter me dito que não vai adiantar nada, que não há o que ser feito. tá, mas em quantos dias vocês entram em contato pra me dar uma posição? aliás, não vai pedir meu telefone? senhora, o registro da reclamação foi mera formalidade e só porque a senhora insistiu muito. não vamos entrar em contato porque o valor é devido. então, pra que pedir seu telefonee lhe dar falsas esperanças?. amo muito tudo isso). mas então, além do meu nome estar indo pro spc e pro serasa, a inquilina acabou de se mudar e, óbvio não vai conseguir passar a luz pro nome dela e ainda vai ficar sem luz em casa (lembra do aviso de corte?). mas eu tô pagando todos os meus pecados da época que era cristã, católica apostólica romana. veja bem, as pessoas me pagam para revolver problemas delas, outras pessoas. eu sou uma pessoa sem problemas [COF] e a empresa-de-energia-elétrca-que-eu-não-preciso-citar-o-nome está me tirando do meu eixo, acabando com a minha paz de espírito. e a indenização? e a indenização? (tá achando exagero? faz o seguinte: fique uma hora em um juizado espeiual cível qualquer e você vai ver nego falando essas coisas. na verdade, é dái pra baixo, muito mais pra baixo, sempre fico de cara).

acabou? não, claro que não. que uma amiga querida me pediu pra entrar num processo que era dela, e o cliente é amigo. ou seja: não pode dar nada errado. todo o cuidado do mundo, prova especificada: testemunhal, rol, tudo beleza. e o juiz? caga pra sua prova e dá sentença. sim, senhores, julgamento antecipado da lide. sentença. em outras palavras: recurso. nulidade da sentença. dor de cabeça.

e ainda não é nem meio dia.

dá licença que vou voltar pra minha cama.


terça-feira, outubro 18, 2005

você sabe que está com a corda no pescoço

quando chega na faculdade e seus colegas de turma te saúdam, quase em coro, oi, sumida.

larga d'eu, chulé

sexta-feira cogitei seriamente em andar com um aviso de identificação colado no peito: Meu nome é Luzia. Estou muda. Favor ter paciência que não sei me comunicar em LIBRAS. Em caso de emergência ligar para minha casa: xxxx-xxxx. na norma culta da língua, claro, utliizando maiúsculas que detesto. não conseguia nem falar, nem pensar, só sabia tossir.

hoje eu tô bem melhor e ainda tô mal pra caramba. e não gosto de tomar remédio, modos que não tô tomando. há uma semana não sei o que é olfato. não sinto cheiro de nada: nem de perfume, nem de orégano, nem de cheiro verde, nem de cloro, naaaada. e com o olfato desligado o paladar fica capenga, a comida fica sem sabor.

a vida fica tão sem graça assim.

palavras ao vento

ando por aí querendo te encontrar
em cada esquina paro em cada olhar
deixo a tristeza e trago a esperança
em seu lugar
que o nosso amor pra sempre viva
minha dádiva
quero poder jurar que essa paixão jamais será

palavras apenas
palavras pequenas
palavras, momento
palavras, palavras
palavras, palavras
palavras ao vento

[cassia eller cantando palavras ao vento, de marisa monte e moraes moreira]

foi minha música de ninar ontem. e fico com ela ecoando dentro do peito, querendo tanto que tudo isso seja de verdade, que o amor que ainda tenho não se acabe jamais.

domingo, outubro 16, 2005

não

aí a pessoa não saber dizer não e, depois de se lascar o dia inteiro e ter seu programa previamente marcado há quinze dias furado, a pessoa-que-não-sabe-dizer-não ainda é pobre. ah, "ser pobre é mesmo uma merda.
Mas não é uma merdinha não. É uma merda muito grande."
então em vez de ir pro galeão e tomar o primeiro avião pra buenos aires, encher a cara de vinho e o corpo de tango, ou canoa quebrada, encher os cornos de sol e o corpo de balanço de rede e água de côco e descolar um negão gostoso, vai pro salão de noite fazer azunha das mão e dus pé e ainda ser torturada numa sessão arrancatória de pêlos.

e não pode se dar ao luxo de domingão de sol ir à praia ou passear no jardim botânico, ler um livro sentada na grama ou coisa que o valha, que há três (!!!) trabalhos da faculdade pra fazer e entregar -- e nenhum deles pronto, óbvio.

fica só a vontade : \



[foto minha, 05.10.05]

a pois, ia esquecendo: pimpim está bem; curativo trocado ontem, cirugia sequinha; está levada, sobe e desce das camas, do sofá, das cadeiras; e ainda tá manhosa, claro. tá precisada de um banho também, mas só quando tirar os pontos, pelo meio da semana.
e esqueci de contar que fui pra tosa. é, eu. se vocês pensaram que meu cabelo estava curto antes, ô coitados.

sábado, outubro 15, 2005

conversão

um cara mala, muuuito mala chegou como quem não quer nada, cerca-lourenço e tentou converter a m. e eu. detesto isso, com todas as minhas forças eu detesto isso. o cristianismo perde o brilho pra mim quando cristãos tentam converter outras pessoas. veja bem, o cara sim, era evangélico. mas poderia ser católico, não importa. que os cristãos se arvoram o direito de sair por aí pregando e convertendo os outros.

no mínimo, é muita falta de educação. no mínimo, porque é muito mais que isso. falta respeito pelas diferenças. não tô falando de tolerância, não, que quando se tolera, apenas se suporta uma determinada situação pra não se aborrecer. respeito é diferente: você não concorda, tem uma opinião diversa e ainda assim entende que outras pessoas têm pontos de vista distintos e nem por isso estão erradas; eu no meu espaço, você, no seu. isso é respeito.

eu não quero ser convertida. no dia que sentir necessidade entro numa igreja qualquer e peço orientação, faço votos, viro freira, caso com um pastor.

tá, isso tá fora de contexto porque eu não contei a história toda. veja bem, ontem eu fui à praia no final da tarde colocar rosa no mar. isso é problema meu, certo? parece que não. porque o tar não se conteve e veio falar comigo e com m. pra começar ele se apresentou pelo sobrenome. como assim alguém se apresenta olá, meu nome é bragança, posso falar com vocês um minuto?. claro que não era bragança, era um sobrenome comum, mas um sobrenome. nego não se chama mais marcelo, joaquim, pedro, joão? estou com um problema tão sério, será que vocês não poderiam me ajudar? e ele tinha olhos de quem tinha um problema muito sério. eu fiquei com pena, que sou uma tola, tenho pena de um tudo nessa vida. mas que tipo de ajuda? eu vi você rezar no mar, você não poderia me dizer o que fazer, onde ir? não tenho como fazer isso, você tem que procurar orientação e ter fé. fé é essencial. sem fé, nada do que fizer vai jamais funcionar. e ele disse que é professor, trabalha com turismo e hotelaria, orienta jovens num narcóticos anônimos da vida. vocês são irmãs de algum centro? participam de alguma coisa? não. e aí minha ficha caiu: somos macumbeiras, certo? por isso tu vei falar com a gente, peste. ele insistiu muito que indicássemos algum lugar e m. indicou o nyingma na fonte da saudade [me deu tanta vontade de rir quando ela falou isso; o intruso queria que indicássemos um terreiro e ela indicou o budismo. eu amo muito a m. quando ela tem essas sacadas]. e ele desandou a falar de jesus. e eu fiquei com muito ódio dele e eu odeio odiar, é algo que me faz mal. que ele veio com uma desculpa besta pra nos converter, porque macumbeiros são adoradores do demônio e precisam de conversão, né? muito por um acaso, não sou nem da umbanda nem do candomblé. mas é muito por um acaso mesmo, que é lindo demais, embora minha restrição com o candomblé seja o sacrifício de animais. aí fiquei com muita vontade de falar pra ele que eu era macumbeira, sim, e além disso uma bruxa poderossíma, adoradora do diabo. e que se ele não saísse dali eu ia jogar um feitiço e uma macumba tão fodas que o pinto dele ia cair. mas mamãe me ensinou a ter paciência com velhos, crianças e doidos. modos que fervi por dentro e não falei. e no final ele perguntou se poderia fazer uma oração, e eu e m. ainda falamos amém no final.

eu devo merecer essas coisas. que, veja bem, eu, macumbeira (...) nunca experimentei droga alguma, raramente bebo, não fumo. ele, tão cristão, tão correto, foi ou é, sei lá, um chincheiro da porra, com aqueles olhos vermelhos, aquela cara de bebum. e ainda fala mal de outros cristãos, que católicos não lêem a bíblia. peralá, que eu sempre li muito a bíblia. é, e nem todo evangélico lê, né?, ele disse sem graça.

a raiva era tanta na hora que só depois a ficha caiu: é muita cara dura ir falar com duas desconhecidas, jogando um caô brabo, pra ver se elas falam que são macumbeiras pra poder começar a conversão. é falta de caráter. é falta de simancol, é falta de tudo. se eu estivesse na zona sul, teria chamado um policial ou um guarda-vida pra tirar o elemento da minha frente, seu policial, esse homem tá me perturbando, o senhor poderia tirá-lo daqui, faizfavô?.

eu já perdi as contas de quantas vezes já disse nessa casa que, cara, eu não quero ser convertida, simplesmente não quero. podem falar sobre a religião que quiserem, o deus, a entidade, a deidade que quiserem: jesus, maomé, buda, orixás, shiva, tá beleza, acho tudo e todos lindos demais. mas não tentem me converter que viro bicho. é motivo suficiente preu nunca mais sequer olhar pra pessoa. vá cuidar de seu próprio rabo, dos seus inúmeros problemas e deixe as outras pessas em paz. não tem o que fazer? vá varrer o quintal, lavar o banheiro, ler um livro, olhar o céu, ajudar numa creche, sei lá. mas não perturbe as outras pessoas.

e não me digam também que isso foi um caso isolado porque NÃO foi. eu sei que não foi e você também sabe que não foi. cristãos fazem isso o tempo todo. e tem todo esse preconceito contra a umbanda e o candomblé. qualquer dia vou perguntar se lhes faltam culhões pra ir até lá conhecer.

o cristianismo é um precipício pra mim.

ontem, quando fui deitar, estava tocando no rádio

é tão difícil ficar sem você / o teu amor é gostoso demais

[bethânia cantando gostoso demais, de dominguinhos]

e o pensamento viajou.

sexta-feira, outubro 14, 2005

boletim -- III

a baixinha tá bem, ontem até latiu. hoje subiu no sofá sozinha e ela sabe que não pode fazer dessas coisas, já conversei isso com ela. e pimpim nem tchuns pra mim, me olha com aquela cara de mas você realmente vai ter coragem de brigar comiguinho?, e eu não brigo, claro que não, que me derreto toda.

que ela ainda não teve alta, está enroladinha em gaze, ó só:



[camilinha tirou essa foto ontem]

eu morro de dó de ver a bichinha com esse curativo enoooorme, me lembrando o tempo todo da cirurgia.

quinta-feira, outubro 13, 2005

ontem eu reclamava de quê mesmo? não interessa, hoje não consigo reclamar de na-da que o resfriado tá foda, sugou todas as minhas energias.

volto em edição extraordinária.

bip.

quarta-feira, outubro 12, 2005

desanuviando


uma menina de sardas e óculos é muito séria [cof]

boletim -- II

ontem chorei que na hora do almoço a pimpim me olhava com olhos de desespero, embora não chorasse. ela estava com dor, eu sei que estava. mas sem comer não poderia tomar o remédio. e não tinha dipirona em casa. fui correndo na farmácia aqui da esquina, compre a tar dipirona e mamãe deu à ela. umas duas horas depois, já melhor, ela comeu um puquinho e pôde, finalmente, tomar o analgésico + antiinflamatório (tem hífen? dois ii?). eu estava trabalhando e ligando pra casa a cada meia hora, é claro.
depois disso ela ficou melhor. já anda mais pela casa, fica nos lugarezinhos favoritos.
hoje já estava até pegando sol e sentada naquela posição de segurar a parede que ela adora. e subiu na cadeira da cozinha. ela não pode fazer isso, veja bem, pode dar problema com os pontos. mas se ela subiu sozinha é porque está melhor e sem dor, né? aí eu fiquei feliz.
+
e não tô podendo ficar com ela que estou ultra-mega-hiper-über-resfriada, com coriza (com zê? não sei mais escrever em português), a cabeça parece que pesa uma tonelada, olhos inchados, sem conseguir pensar direito. mas tô bem porque ela tá bem.

terça-feira, outubro 11, 2005

boletim

estou monotemática, só falo da pimpim. mas é ela que ocupa meus pensamentos, modos que.
ela dormiu a noite toda e bem cedinho levantou e foi andando até a área pra fazer xixi e beber toda a água do mundo. já tomou duas baciazinhas cheias mas ainda não quis comer.
ela caminha e senta devagar. mas caminha e senta so-zi-nha, sem reclamar.
agora está queitinha, na caminha dela, no quarto dela (contei que ela divide o quarto com a minha irmã? tem a caminha, o cobertor, o brinquedinho favorito), então, ela está na caminha cochilando.
estou torcendo pra esses dias passarem logo, pra ela ter alta e poder correr e pular de novo.

segunda-feira, outubro 10, 2005

pimpim

não fui à faculdade, larguei tudo pela metade por aqui e fui com minha irmã buscar pimpim na veterinária. ela estava ainda muito grogue da anestesia, cambaleando e a médica demorou pra dar alta. pedi pra vê-la e morri de dó. ela ainda estava assim-assim, mas ficou de pé rapidinho, queria carinho, tentava colocar a cabecinha pra fora da portinha e não conseguia. fiquei segurando a cabecinha dela, fazendo carinho. o enfermeiro teve que refazer o curativo, que ela deve ter tentando tirar, estava pendurado, e secá-la, que o soro vazou muito e ela ficou toda molhada. a bichinha tremia tanto tanto; só melhorou um pouco quando entrou no carro.
pimpim ainda está um pouquinho tonta e está deitada. já bebeu um bocadinho de água, recebeu carinho de todo mundo.
tô com muita muita peninha dela. ela vai estar melhor amanhã, eu sei. sei também que foi melhor pra ela ter operado. intelectualmente eu sei disso tudo e não adianta de porra nenhuma.

(e eu não consigo acabar o bendito do trabalho)

rugas

tô enroladérrima parindo um trabalho da faculdade há dias. a cabeça simplesmente não está aqui.
pimpim foi fazer cirurgia hoje, esterilização. morri de dó, queria tanto que ela tivesse filhinhos... mas não teríamos jamais coragem de dar os filhinhos dela porque, ora, seriam os filhinhos dela e não se faz isso de separar a família.
mas ela fica com muita cólica quando está no cio, encolhida pelos cantos. e no último ficou com muitas coceiras, arrancando os pêlos com a boca. levamos um susto e corremos pro veterinário. muitos exames depois e não era "nada". tepêeme mesmo, que, entendam, de não teve nada.
e ainda tem o risco de câncer por nunca ter cruzado, né?
ponderando isso tudo, mamãe resolveu pela cirurgia. eu sou contra, desde sempre. queria os filhinhos dela, mesmo que fossem uns quatro ou cinco, ainda que nos enlouquecessem.
e tô aqui com a cabeça lá. correu tudo bem na cirurgia, ela está acordando, não chora nem nada. mas o coração tá tão pequenininho aqui dentro do peito que dói.
que ela não deve estar entendendo nada. não sabe porque está lá o dia inteiro, porque teve que fazer uma cirurgia que, claro, vai doer e causar desconforto. pra ela, foi só uma agressão injusta.
me dá um nó na garganta e uma vontade de chorar, pegar a pimpim no colo e falar pra ela que vai passar e que eu a amo muito muito.
+
e trabalho da faculdade não anda, não consigo conectar os pensamentos, escrever frases com sentido.
+
não quero pensar que se um dia for mãe vou ficar ainda mais descompensada .
*suspiro*

sábado, outubro 08, 2005

cacos

tenho ido dormir muito tarde e acordado cedo; aí dá preguiça de ir nadar; ando relapsa com a faculdade; alterno dias que como demais e outros que não como quase nada; entre ficar triste e com o coração apertado decidi voltar a ser feliz; tirei a semana pra mim, fui a lugares lindos, conversei com pessoas queridas; tive febre e dor de cabeça; teve muito riso; e filme; sinto saudade; gosto de ver o pôr-do-sol; o nascer também, mas não consigo mais acordar tão cedo; e pássaros voando; ontem um cachorro lindo veio brincar comigo na praia, simplesmente se jogou na canga e no meu colo; minha saia branca ficou com a marca das patinhas dele; lavei a barra da saia da beira da praia e não adiantou nada :); m. brincou com titio até cansar, p. morreu de medo; titio porque precisávamos chamar o cachorro por algum nome e veio esse; titio adorou; minha cabeça é uma estação de rádio, não pára de tocar músicas, novas, velhas, bobas, cafonas, descoladas, românticas, miscelânea de estilos; não vou votar nem sim nem não pelo desarmamento, simplesmente não vou votar, e não quero discutir sobre isso, nem ler sobre isso, não quero saber; nem admito ser cobrada por ter essa posição que por mais esquisita e alienante que possa ser é a minha posição consciente e exijo respeito; tenho novas-velhas amigas; e uma quase-nova-casa; minha vida não cabe nesse blog.

sexta-feira, outubro 07, 2005

cine buraco

não sei nada de cinema. mas nada nada mesmo. então ontem, aproveitando que não teve aula, rumamos pro cine buraco, ali na rua da constituição. gosto muito daquele pedaço do ladinho do saara e pertinho da nacional, minha outra casa.

assistimos porte des lilas, de rené clair e eu vou ser ridícula mesmo: detesto filme francês que acaba sem pé nem cabeça. hoje em dia tá até um pouco melhor, mas esse aí é de 1957, modos que. o melhor do filme são aquelas paradinhas pra torcar de projetor (foram três rolos) e no terceiro deu problema, os meninos ficaram com uma lanterna consertando. amo muito tudo isso.

piano bar. e o filme mudo sendo projetado com trilha ao vivo (dá pra ver aí na foto que o filme tá sendo projetado ali pra cima do piano?).

eu a-do-ro o barulhinho bom que do projetor :)

tinha uma gente meio esnobe, mas e daí? quem estava ali pra ver gente?




[clarissa e gabriela; foto minha]

falso! denunciar

eu tô com birra do orkut. porque sempre tem spam nos recados. mas eu rogo praga e antes de apagar me dou ao trabalho de ir no perfil do traste, clico em falso! denunciar, marco a última opção, escrevo SPAMMER no quadradinho e depois ainda escolho ignorar a peste.
um saco.
daqui a pouco vou largar aquela joça de lado de vez e cometer orkuticídio.

quinta-feira, outubro 06, 2005

fábula



a cigarra...


...e a formiga

[fotos minhas; gragoatá, 05.10.05]

quarta-feira, outubro 05, 2005

vinte e nove

daqui a pouco mais de dois meses faço trinta. nunca achei que pudesse ser tão bom. que esse ano, o do vinte e nove, eu (re)aprendi muitas coisas: a ser feliz, a dar valor a coisas tão simples, como uma tarde com os amigos, o pôr-do-sol, a leitura de um livro. arrisquei começar uma outra faculdade e não poderia ter sido melhor. pra me dedicar, optei por trabalhar pouco e, claro, ter pouco dinheiro. não vou ser hipócrita de dizer que dinheiro não é importante. sem dinheiro não se viabiliza o básico. mas dinheiro não me faz feliz. preciso de mais, preciso da vida, preciso estar feliz.

ainda não está tão bom, que tenho um buraco em mim. mas não é assunto pra um blog tão leviano.

Perdi vinte em vinte e nove amizades
Por conta de uma pedra em minhas mãos
Me embriaguei morrendo vinte e nove vezes
Estou aprendendo a viver sem você
Passei vinte e nove meses num navio
E vinte e nove dias na prisão
E aos vinte e nove com o retorno de saturno
Decidi começar a viver
Quando você deixou de me amar
Aprendi a perdoar e a pedir perdão
E vinte e nove anjos me saudaram
E tive vinte e nove amigos outra vez.

[
vinte e nove, legião urbana]
cansei de reclamar da máquina digital aqui, vocês bem sabem. não funcionava, depois não funcionava direito, agora está funcionando muitíssimo bem. sozinha.

o rádio do carro também começou a dar tilte. primeiro o alto falando da esquerda não quis mais funcionar. depois o da direita, intermitente, funciona quando quer. aí ontem a p. foi comigo ver o chico. chuta. o que? chuta, anda. chutar o quê? aí do lado, o alto falante. mas... chuta, tô falando pra chutar, anda. não acredito nisso. e pronto, o bicho voltava a funcionar. ele quer me enlouquecer e está conseguindo, tsc.

e não posso encontrar muito com a p. não. que a bichinha é magra de ruim. comeu em metade das barraquinhas da quermesse. fiquei de cara, como uma menina tão magrinha e tão pequenininha conseguia comer tanta coisa. e ainda queria mais :- o

normalmente quando nado só nado. é assim, não penso em nada nem em ninguém, completamente focada nos movimentos e na respiração. terapia pura. há exceção, claro. uma só.

terça-feira, outubro 04, 2005

chico

mas antes de ir, o mais importante:

SALVE, FRANCISCO!!!


[imagem retirada daqui: luciana teruz]

xgg

entro no meu quarto ontem de noite e uma barata xgg vinda dos infernos entra logo atrás de mim. pulei, gritei, dei pití, um horror. depois fico envergonhada, mas é mais forte que eu!!!! minha mãe, tadinha, veio com o spray-mata-barata na mão mas não achamos a bicha. inseticida por todos os lados e quarto devidamente lacrado depois de pegar toalha-camisola-calcinha, que não ia dormir lá nem fodendo. e nem fodendo gostoso messssssmo.

vovó já estava dormindo no quarto da camila. não ia desalojar meu irmão do quarto dele por causa disso. resultado: dormi no sofá e acordei cedo e mo-í-da, nem tive coragem de ir nadar.

o pior é que hoje cedo eu e a empregada limpamos tudo, tiramos tudo do lugar, reviramos papéis, sacolas, livros, puxamos a cama, a estante e na-da. a bicha evaporou.

quero saber se vou ter coragem de dormir lá de novo, humpf.
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aí vocês juntem esse post com o último de ontem + o rebuliço que está dentro de mim por outros motivos, que covardia alheia é foda (quer dizer, se fosse foda era bom), e pronto: chutei o balde. que eu tinha algumas opções: trabalhar; trabalho da faculdade; bundear; amigas.

amigas, claro.

e agora dá licença que tô atrasada.

segunda-feira, outubro 03, 2005

considerandos

dor de cabeça e um início de febre. considerando seriamente encerrar a conta de e-mail, o orkuticídio e fechar essa casa.

e simplesmente viver.

ouquei, amanhã nem vou lembrar da dor de cabeça, a febre já vai ter passado e já terei desistido dessas considerações todas. ou não.

mas hoje, a-go-ra, tô considerando.

fofo

tomei coragem, acordei cedo, fiz hidro e natação. no final da aula, fabio (o fessô) disse bom que você voltou pra minha aula, estava sumida; na verdade eu não estava vindo; semana passada só vim nadar na terça. eu vi você na aula do andré e fiquei com ciúmes. que depois que você cortou o cabelo e ficou linda* não quis mais saber de mim.

fabio é muito fofo. e isso tudo é só fofura mesmo, que ele tem um filhinho lindo e uma esposa linda. o que o deixa ainda mais fofo.

gosto quando a semana começa assim :)

* HAHAHAHAHA
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a natação me ensina algumas coisas: que sou mais ansiosa que pensava, por exemplo. não só quero fazer o melhor possível como o mais rápido possível -- e não dá certo.
fazer o melhor que se pode, sim, mas no tempo certo. muita afobação na hora de nadar é um tiro no pé. o fôlego vai embora e fica-se no meio da piscina, sem ar, sem conseguir chegar do outro lado. é preciso saber dosar a velocidade, intensidade, respiração. ser moderada, persistir, não ter pressa. que o mais importante que simplesmente chegar é chegar bem, inteira, nadando corretamente.

e isso é tão difícil, tanto na piscina quanto fora dela.
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mudando de saco pra mala, minhas amigas são incríveis: saindo do motel com o perna, uma delas rolou escada abaixo e esfolou-se toda. não perguntem que ela também não sabe o que aconteceu. ficou doída a semana inteira, canela ralda, um horror. e disse pra mãe que caiu na portaria do prédio. e a mãe acreditou.
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sou uma tola sentimental e sempre engasgo em casamentos. quando a cida entrou de braços dados com o bira eu não sabia se olhava, se chorava, se tirava foto ou tudo ao mesmo tempo. olhei e tirei foto; as lágrimas brotaram mas não dava pra deixar cair e borrar a maquiagem.

aí eu lembro da poesia da ana nos comentários:
Toda a mulher é
Fútil.
Não seria fútil se não fosse
Mulher.
Mas a
Mulher
Que nunca foi
Fútil
Também nunca foi
Mulher.
(E revire-se no tumbalo, FPessoa!)

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é segunda, né? pois.

domingo, outubro 02, 2005

a felicidade



cida




camila, minha irmãzita, e caio

chegando em casa

carmim

vou arder no mármore do inferno, tenho certeza que vou

que saí da pista e fui na mesa de chá. estava comendo lindamente um bombom quando senti alguém puxar meu boá. me virei e era uma menina de uns sete/oito anos tentando roubar meu boá. fiz cara feia e me virei. humpf.

na hora de vir embora, a peste também estava de saída. pode me dar?, não, que esse é meu.

eu sei, é criança e tals. mas ela tentou me roubar. e eu não podia deixar isso assim.

ato contínuo, a menor infratora pediu o boá da namorada do meu irmão. tão inocente, ela deu o boá pra peste. que foi? mas você deu seu boá pra mini-ladra? vixe, o mundo tá é perdido.



(com cara de ué, enforcada no boá da discórida)

sábado, outubro 01, 2005

aí eu olho pra minhas mãozinhas e pezinhos de princesa pintados de um vermelho vermeeelho.

e vejo que o pai de todos da direita tá meio que borrado.

mas que porra, hora e meia que voltei do salão. passei cuspe e não voltou pro lugar, que só quem pinta as unhas sabe dessas manhas nojentas.

pra quem é bacalhau basta, como diria minha santa mãezinha.

é que nesse final de semana só quero me preocupar com desimportâncias minhas e importâncias alheias, que hoje é o casamento da querida cida e estou em processos preparatórios. que ainda tem um segundo salão agora de tarde pra fazer o cabelo, que não gosto de fazer unha lá.

não pergunte.

aliás, nasça mulher e fútil. depois, pergunte. ou não, que nem vai precisar de.

por aí você vê que sou mestra em lidar com a dor.


viver dói

liguei pra dona zezé, há mais de duas semanas que estou pra ligar pra ela, saudade enorme. mas alguma coisa me dizia pra não ligar e além disso, estou chegando tarde da faculdade. aí recebi os e-mails. e liguei ontem rapidinho pro trabalho dela. e hoje com calma. queria saber se estava tudo bem com ela, com e., o porquê de ter ido pra tão longe. que ontem foi inevitável não pensar nele o dia inteiro. fiquei meio balançada, mas razoavelmente bem. conversando com ela, perguntei se minha foto ainda estava na escrivaninha. tá lá, sim. teve um dia que até tirei e ele mandou colocar de novo. desabei.
cara, viver dói e dói muito.

em branco

o melhor de dormir não é apenas, dã, dormir. é descansar, sonhar e acordar novinha, sem preocupações, sem saber que dia é. página em braco.