casa da lulu: março 2004

terça-feira, março 30, 2004

Pérola recebida por mail:

"SE DENTISTA É ESPECIALISTA EM DENTE, PAULISTA É ESPECIALISTA EM QUÊ?"
[anotação mental] "... o prazer é uma dádiva que merecemos..."
29/03/04, às 14h25min. Fórum do Méier, aguardando audiência no pátio interno (a céu aberto).

Enquanto as pessoas estão totalmente estressadas à minha volta, leio revista. Páro pra pensar e olho pro céu: dia radiante, ensolarado, céu profundamente azul e algumas nuvens brancas brincalhonas fazendo evoluções pra mim -- e só pra mim, ninguém mais olha pra cima, nem pra olhar os olhos da pessoa com quem se fala, quiçá olhar nuvens no céu...

Primeiro vejo o ataque de um grande e feroz dragão. Ataque dramático, lento, com fogo nas ventas e a pata direita levantada, pronta a dilacerar o inimigo. Ameaçador e fugaz: dura menos de dois minutos e já se transforma em... [não vou contar, foi obceno]. Mais três minutos e vem um grande coração de afeto azul com delicadas bordas brancas e fofas.

Então a nuvem se cansou de brincar e foi se agrupar à outras irmãs suas pra chover mais tarde.

quarta-feira, março 24, 2004

Pq fui escrever isso? Detesto esse cara (não gosto nem de falar/escrever o nome dele), mas ouvi a música no dia e a dita ficou martelando na cabeça o tempo todo.
Ontem, voltando da audiência passei no escritório pra deixar a pasta e pegar a da audiência de hoje e eis que o ser estava na calçada do prédio falando no celular. Passei como furacão, desacreditando estar no mesmo lugar, na mesma hora. Cruzes.


Entrei no elevador e... pois é. Ele entrou logo atrás, com o advogado. Ainda bem que é de outro escritório, em outro andar.


Já estava pensando em pedir demissão.

*

De toda sorte, demissão não é uma má idéia.
Ligo pra academia, digo que estou com problema de horário (em 3 meses fui à aula 3 dias...) e que quero trancar minha matrícula. Como deixei 6 cheques, quero a devolução dos 3 cheques que ainda não compensaram.
A atendente diz: "ah, mas você sabe que tem que pagar a taxa de 15% (quinze) por cento sobre os cheques que ainda não compensaram pra poder trancar a matrícula".
Não, não sei, pq quando fui fiz a matrícula não me disseram nada. E isso quer dizer que não, não vou pagar 15% sobre as mensalidades vincendas.
"Mas esse é o procedimento da academia".
Discuto contigo sobre isso quando for pegar os cheques.
"Mas eu não estou discutindo contigo..."
(ai, meus sais)
Discutir no sentido de conversar, debater.
"Ah, tá bom. Quando vc vier os cheques vão estar na administração. É só falar com a atendente".
Passo amanhã, então.


*

Vinte segundos depois, toca meu celular, número privado.
"Fala estressada! Pq vc estava brigando agora?" (às gargalahdas)
Alexandre? (meu irmão) Ué, onde vc estava pra saber disso?
(pensei que meu irmão estivesse falando de outra coisa; não tem extensão do telefone de onde estava ligando e ele nem em casa estava...)
(rindo) "Eu estava na frente da atendente. Ia fazer matrícula na acedemia, mas depois dessa até desisti..."


*

domingo, março 21, 2004

Seja otimista. Lembre-se de que todas as crises são passageiras.

[pesqui a frase, de Hong Jin Pai, aqui].

sexta-feira, março 19, 2004

aborrecimento + tmp + sensibilidade à flor da pele = nem o chá de camomila que acabei de tomar resolve.

domingo, março 14, 2004

O mundo ficou menos alegre com a morte de tia Iracema.

*

quarta-feira, março 10, 2004

...coé, neguinho, coé...

segunda-feira, março 08, 2004

Quando mais nova detestava rosa (a cor), perfumes femininos adocicados, laços, penduricalhos, babados, franjas e outras coisas tipicamente de mulherzinha. Gostava de roupas, acessórios, maquiagem, lugares quase minimalistas, se bem que nunca consegui ser minimalista, pelo menos em ambientes. Sempre tive muitos livros, revistas, papéis, sapatos, roupas e vários outros objetos que simplesmente se negavam a ficar em seus lugares. Aprendi a conviver no meio do turbilhão que eu mesma criei, mesmo tendo como referência outros padrões.Isso é minha cara. Impossível Lulu minimalista, não consigo.
Até hoje não sei como sobrevivi aos anos 80 - sim, também usei calças santropeito, semi-baggy [como se escreve isso?] e, mesmo criança, minha mãe - sem discernimento algum, coitada - prendia meu cabelo à la viúva Porcina. Hoje quando revejo as fotos fico num misto de riso e vergonha.
Onde estávamos todas (e todos) com a cabeça?
Anos 90: bem mais razoáveis, bonitos visualmente, embora grande parte descolorido e sem sal, às vezes (tons pastéis, cores neutras, cortes senão propriamente retos, ao menos sóbrios). O que não me livrou de começar a rever meus conceitos e, lá pelos idos de 1997 (+ -) comprar - e me deixar ser fotografada, ó deus!, com uma calça de cintura baixa cor de rosa. Sim, isso deve ter sido sinal dos tempos. Como alguém que a vida toda de-tes-tou rosa compra uma calça rosa e a usa com muita freqüência?
Ocasionalmente vieram outras peças rosas ao meu guarda-roupa; todas compradas por mim. Sabendo da minha aversão (?) à cor ninguém ousava me presentear com seja-lá-o-que-fosse rosa.
Na época de pintar a casa cismei que queria meu quarto pintado de outra cor: salmão. Medo. Achei que não fosse gostar, que iria enjoar da cor; quase rosa, afinal. Ah, mas nessa época já gostava, embora até hoje não entenda direito, cromoterapia, florais, meditação, harmonização. Na dúvia, optei por uma cor que até então achava sem graça alguma: verde.
Mas nada de verde brilhante, musgo, alface (meninos, será que vcs entendem essas variações?). O tom escolhido foi um verde muito muito suave, com muito mais branco que verde.
AMEI.
Em contraste com meu móveis de madeira escura ficou maravilhoso. Para arrematar, persianas areia.
Verde se tornou minha cor favorita para objetos. Perfeita para casa e o que a guarnece.
Ano passado fui convidada pra fazer um curso de auto-maquiagem, patrocinado por uma empresa de cosméticos, desses rapidinhos, de umas duas horas. Descobri que minha harmonia é fria e, por isso, a promotora sugeriu tons de rosa. Pânico. Falei que não gostava de rosa, que iria ficar horrorosa, com cara de palhaço. "Vc vai gosta, confia em mim".
Ficou lindo! Nem acreditei que aquela sombra em dois tons suaves de rosa, com blush rosa, batom rosinha ficaram lindos.
Depois disso, joguei a toalha.
Assumi a mulherzinha que existe dentro de mim: hoje tenho peças coloridas no guarda-roupas (verdes, rosas, azuis, amarelos, estampados miúdos floridos), uma necessaire l-o-t-a-d-a de maquiagem, sem espaço pra nem um lápis de lábios, perfumes.
Perfume merece uma anotação à parte: vira e mexe ganho perfume, seja de vovó, mamãe, um namorado, de aniversário. Ou compro. Nunca comprei muitos pq são absurdamente caros.
E quase não usava perfume. Quase não usava, pq depois de contar que estou com 7 (SETE) perfumes diferentes, todo dia escolho um e passo. É uma questão de honra.

*

Tudo isso pq hoje cheguei à conclusão que aos poucos minha visão de mundo mudou (isso soa marxista, mas é de araque). A razão? Talvez por estar mais velha; talvez tenha sido influenciada pela mídia, poderosa como sempre. Com certeza por ter me permitido mudar e estar aberta a outros pontos de vista, ponderar pontos de vista e ter passado a ver a vida com lentes coloridas.
Indo pro curso, lembrei que hoje é Dia Intrernacional da mulher e que havia esquecido de dar parabés pra minha mãe.
Típica segunda-feira, muito trabalho, céu azul sem nuvens, sol, sol, sol (pra q sol no fim de semana, afinal?), audiência em Jacarepaguá no meio da tarde.
Resolvi chegar mais cedo e almoçar por lá (o Juizado de Jacartepaguá fica dentro do RioShopping). Havia um evento do Senac lá e quem está na chuva é pra se molhar: medi a pressão (baixa, como sempre) e depois shiatsu. Delícia!

domingo, março 07, 2004

Sou ansiosa por natureza e estressada em decorrência disso. Minhas unhas quebram, meus cabelos caem, fico com o corpo dolorido e ainda não aprendi a lidar com isso.
Não me adianta ter a ilusão que vencerei a ansiedade e, principalmente, o estresse; minha vida com prazos, horas - e clientes - não me permite isso.
Preciso aprender a manter o estresse dentro de níveis aceitáveis e não ter um ataque por, além de estar trabalhando domingo, não conseguir achar um documento importante (que estava no exato lugar que deveria estar, desde o começo...)

segunda-feira, março 01, 2004

Lendo enquanto esperava audiência, me deparei com uma frase de Saint-Exupéry: "Só se vê bem com o coração".

Fechei os olhos e refleti sobre os olhares do meu coração.

*

Meu coração é cego.