casa da lulu: versão I

quinta-feira, dezembro 01, 2005

versão I

querido noel,
não rola mais um papai no cabeçalho e sei que você não se importa.
é o seguinte: não vou pedir nada que se possa comprar, que não preciso de nem um grampo a mais. não que eu não queira coisas (hohoho), você sabe que sou consumista. mas o lance não é esse.
os últimos anos não foram, assim, fáceis. de tudo, as perdas doeram demais. sempre doem, você vai dizer. e é isso mesmo, são feitas pra isso: do-er. e ensinar a crescer, na marra, se for preciso.
quem eu amava foi embora e me deixou um vazio muito grande. depois foi aquela história ano passado, eu achando que estava com câncer por causa do resultado do exame de rotina. fiquei enlouquecida até sair o resultado da biópsia. alarme falso. e a dor de me libertar das amarras de um mundo hipócrita e decidir ser feliz de novo, começando uma nova faculdade.
até pensei em pedir pra ser poupada dessas desventuras mas, quer saber?, é isso que me faz valorizar cada bocadinho de felicidade: um sorriso, um dia nublado, um oi, tudo bem? pelo emeésseêne.
então, só peço o que é realmente difícil: saúde, harmonia e felicidade. e o que for melhor pra mim -- e isso é difícil, porque o melhor pra mim não é exatamente o que eu quero. e eu sou tão teimosa.
ah, o que eu quero *suspiro* ainda está tão longe, há tanto ainda por viver. porque certeza, bem, que certeza se pode ter? nunca tenho nenhuma, nem as mais óbvias. então, como saber se realmente é o melhor pra mim?
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aqui a carta empacou. que ainda há tanto a se dizer. mas esse é um blog público, certo? e há coisas a serem con-ver-sa-das e não lidas ao mero acaso. e me policio. e as palavras saem e são apagadas. muito ousadas? não sei. mas pisar em ovos é assim, não se saber de um nada nessa vida. e já está tarde, estou cansada, com sono e com uma leve tristeza que me faz ter vontade de chorar. vontade de chorar sem motivo e fora de hora, que nem desculpa de tepeême há.
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modos que o melhor a se fazer é tomar banho e dormir.