casa da lulu: preguiça

quinta-feira, agosto 18, 2005

preguiça

a esposa do caseiro liga pra cá apavorada: apareceu uma preguiça no sítio. a preocupação maior eram com as crianças (filhos deles) e os cachorros, que matam todos os animais que aparecem por lá. cansamos de encontrar tatu morto pelo mato. então, ela simplesmente prendeu a bichinha. morri de dó.
orientação um: solte a preguiça; dois: preguiça não deve atacar ninguém (mas ela abraça forte!, mas não chega perto dela, uai); três: ela tá no lugar dela -- no meio do mato.
e quem tel telefone do ibama? lembro que um amigo trabalha no jardim botânico. mas aqui só tem o telefone do ibama do rio; serve. são cinco números de telefone diferentes -- e ninguém atende nenhum deles. e agora? 102, e o sistema da telemar está inoperante, volte a ligar em meia hora, obrigada. ah, o primo da sylvia, professora de antropologia, trabalha no ibama de paraty. ligo pra ela, pego o telefone de lá, conto da preguiça, não sei se em friburgo tem ibama; tenho o número do parque nacional em teresópolis. ligo e explico o aconticido de novo. daqui não tem como irmos em friburgo. vou te dar o telefone do escritório de lá. conto mais uma vez o que aconteceu. o bicho tá preso? numa caixa?, não, mandamos soltar. olha, filha, o lugar dele é na mata. leva ele pro meio da mata e solta lá. mas a família do caseiro tá em pânico. se tivesse preso numa caixa até dava uma passadinha lá pra pegar. mas tá todo mundo na rua, tem requisição do mp, um monte de coisas. não tenho como ir lá hoje nem amanhã, talvez semana que vem. ela ataca? não, não ataca. é bem lenta até. só deixar ela na mata. que não queria que vocês pegassem e levassem a bichinha pro zoo. não levamos pro zôo, soltamos os bichos no meio da mata. menos mal. obrigada.
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se por uma lado fiquei desapontada de não irem lá pegar a preguiça e levar a bichinha pro meio da mata ( o talvez semana que vem foi foda), fiquei aliviada da bichinha continuar andando por onde quiser, livre, sem sofre mais uma agressão de ser presa e transportada numa caixa. deve ser um horror, um trauma mesmo. mas fico com receio dos cachorros e da família do caseiro, que quando se tem medo faz-se as maiores atrocidades. claro que nunca falariam pra nós, ó, matei aquela preguiça que apareceu aqui, mas sei que isso é uma possibilidade concreta. tô de dedos cruzados, torcendo ardorosamente pela preguiça.
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