casa da lulu

sexta-feira, janeiro 21, 2005

amiga 1: esqueceu solenemente meu aniversário. no dia seguinte liguei pra ela e não economizei nos verbos; o ultraje maior foi ela ter dito também esqueci o aniversário do E. e a resposta foi à altura, foda-se o E. não quero saber dele e não me comprare àquele filhodaputa, que também sei ser 'fina' assim. situem-se: E. é meu ex. onde já se viu comparar o aniversário da melhor amiga com o de um reles amigo, que mal e porcamente liga pra ela, e ainda por cima é ex da melhor amiga? é, meu bem, demarco meu território muito bem. claro que também perguntei como ela estava, se já tinha marcado a cirurgia pra tirar o cisto do seio (ela deveria ter feito a cirurgia desde fins de setembro). depois disso, não consegui mais falar com ela. Deixei vários recados na secretária eletrônica e na caixa postal do celular e nada. Fiz uma última tentativa essa semana e mandei uma mensagem de texto pro celular dela: neguinha, não consigo mais falar contigo; já deixei milhares de mgs na secretária e no cular. pô, manda pelo menos sinal de fumça pra dizer que está viva. bjus, lu. e recebo isso como resposta: não estou em sp, assim que voltar entro em contato. estava p. da vida c vc pelas coisas que me disse depois do teu niver (...). nas reticências tem o dia da cirugia e o novo telefone da mãe dela.
vamos lá: você é amiga da sujeita há pelo menos vinte anos. e ela sempre foi sua melhor amiga. ora, pílulas, se está brava comigo por que raios não passa a mão no telefone, me liga, me xinga e resolve logo isso? veja bem, não vou pedir desculpas, não me arrependo de nada que eu disse -- e eu não disse nada demais. e fazer doce comigo é algo que não adianta. ô, como sei ser tinhosa e cabeça-dura. mas não é esse o ponto; o que eu espero das minhas amigas é sinceridade, lealdade. que tinha alguma coisa estranha eu sabia. ainda que o celular tivesse doido e não registrasse minhas chamadas, havia as mensagens na secretária eletrônica. estou tão desapontada mas tão-tão que ela nem imagina.
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amiga 2: ontem à noite o telefone toca; lu, saí com um cara ontem e dormi com ele; a gente usou camisinha e tal, mas hoje estava fazendo as contas e acho que estou no meu período fértil e.. nem a deixei acabar de falar, postinor 2. peraí, vou anotar. agora me conta a história toooooda, quem é, o que faz, conheceu onde. ah, ele estudou lá na faculdade. como assim, bial? você não deve lembrar dele, ele estudava à noite... aí ela me disse que fez um curso e o fofo era da turma; o tempo passou e ano passado, em maio, se reencontraram na rua por um acaso e desde então têm saído mais ou menos uma vez por mês. olá, estranha, foi a reação que consegui esboçar. ah, lu, não tem nada demais por isso que não contei nada antes. mas... foi a primeira vez que você dormiu com ele? não. carácoles, a amiga 2 sabe e pergunta de um tudo e eu conto! sabe coisas que até deus duvida, inclusive aqueles detalhes meio sórdidos, sabe? e está saindo com B, o fofo, há mais de meio ano e ninguém sabe de nada! e depois ainda lembrei que há umas três semanas saímos eu, ela e H, amiga nossa também, e surigiu esse assunto de já saiu com alguém da faculdade?. com seis anos de formadas nas costas tivemos que parar e fazer força pra lembar quem, onde, quando. lembrei de dois, H. de um. amiga 2 jurou que nunca saiu com ninguém. o que passa pela minha cabeça: eu sou amiga dela mas ela não é tão minha amiga assim, no final das contas.
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a pior parte da história e ficar tendo sonhos com as duas essa noite toda e acordar moída. sair cedo pra comprar o bendito ar-condicionado e acabar com meu suplício no escritório e na volta discutir com meu pai. sempre tivemos brigas, uma relação de cão e gato. quando tinha uns 20 anos achei que tivesse sido assim por causa da adolescência, já que adolescentes tendem a problematizar e exagerar muito tudo. com pouco mais de vinte e cinco tivemos uma briga realmente feia e fiquei sem falar com ele um ano. agora com quase trinta vejo que a idade nunca foi o problema, o problema somos nós mesmos.
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tô me sentindo o côco-do-cavalo-do-bandido; na verdade, algo bem mais baixo que isso.
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resumo da ópera: preciso me reinventar.