casa da lulu

quinta-feira, novembro 11, 2004

nojo
Atenção: post nojento, contra-indicado para pessoas sensíveis; se este é o seu caso não leia (depois não diga que eu não avisei).
7h20min entro no ônibus, uma cata-corno com ar condicionado. É claro que não tinha lugar pra sentar e eu fui em pé mais pra trás do ônibus, sabe? A moça que estava sentada na minha frente se ofereceu pra segurar minha pasta e, dã, óbvio que aceitei. Quando o ônibus entra na Av. Brasil vejo de relance que a moça que estava em pé atrás de mim chegou pra trás, ligeiramente abaixada.
Girei o corpo pra ver o que houve (isso foi instintivo). Foi a sorte. A moça estava vomitando; você não leu errado não: ela estava vo-mi-tan-do (arrrrgh, que só de lembrar me embrulha o estômago). Foi tudo muito muito rápido. Ela pediu mil desculpas à outra moça que estava sentada e foi lá pra frente, morrendo de vergonha. Pensei que ela fosse descer, mas nem tinha como: estava no rápido (isso quer dizer: o ônibus vai pela seletiva na Av. Brasil e o primeiro ponto é no JB, lá perto da Novo Rio).
O zumzumzum continou e eu não entendi nada. Aí virei e olhei de novo: a moça que estava sentada na frente da que vomitou, bem, estava toda vomitada. Tem noção? Com exceção do rosto e do cabelo todo resto era um lixo. Ela estava morrendo de nojo -- e eu e todo mundo também. Sem saber o que fazer, ela pegou a jaqueta e se "limpou". Coitada, morri de pena. E fiquei com raiva da menina que vomitou. Poxa, se sabe que passa mal viajando em pé, por que raios não esperou o próximo ônibus? ou pelo menos, não tivesse tomado café. Contei pra minha mãe do aconticido e ela disse ela pode estar grávida, coitada. Coitada????? Se estiver grávida, coisa que eu não acredito, é mais um motivo pra só viajar sentada. Saísse de casa mais cedo.
Imagina o dia da desinfeliz da menina que foi vomitada: isso é jeito de começar o dia? Pior: imagina ficar com essa inhaca o dia inteiro! Ah, se tivesse sido comigo teria voltado pra casa, dane-se o trabalho, que eu não ia ficar vomitada até de noite. E se ela tivesse me vomitado, na boa, o ônibus ia virar um barraco, que eu ia reclamar e azucrinar o ouvido da moça n° 1 ( a que passou mal) até não poder mais.
A menina n° 1 deu uma sorte danada, que do lado da moça n° 2 (a vomitada) estava um negão de três metros de altura. Queria ver se tivesse sido ele o vomitado.
Por pura sorte nem respingou em mim. Eu olhei tudo: blusa, bolsa, calça, tênis. Nada. Depois que desci do ônibus até olhei de novo, porque nem dava pra acreditar que não estava imunda.
Acha que as emoções acabaram por aí? Ah, o dia estava prometendo...
Logo depois do aconticido o ar condicionado do ônibus pifou. Só funcionava quando o ônibus parava, e estava um engarrafamento infernal. Mais uma cena: passageiros enlouquecidos de calor, já que as janelas dos onibus com ar são travadas (não abrem nem com reza forte) e vários passageiros falando aos berros com o motorista ô, piloto, liga o ar aí. Maior calor!!!
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Depois desses, hã, contratempos finalmente chego na biblioteca da EMERJ. Um dia ensolarado, com 30° às 9 da manhã no horário de verão e frio da porra lá dentro, quase todo mundo de casaco. Quase -- eu não.
Meu resfriado querendo me matar, um incômodo só. Fui no fórum, protocolizei petições e voltei pra casa.
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Agora é água, cama e carinho* pra ficar melhor.

* aceito doações