casa da lulu

terça-feira, setembro 14, 2004

a faxina

Ontem (segunda): chego no escritório. Limpo, cheiroso, tudo impecável, resultado da faxina no sábado. Na minha mesa dou falta de algumas bolinhas de cerâmica que ficam em um prato (pingo essência nas bolinhas de cerâmica e a sala fica com um cheiro maravilhoso). Na faxina anterior já havia percebido o sumiço de umas bolotas. Com sangue nos olhos, entro em um dos banheiros: meu condicionador também sumiu. O shampoo já havia se desintegrado da outra vez. Meu sangue ferveu. Não pelo que sumiu, que não passam de coisas. O que ela não sabe, é que poderia ter me pedido o shampoo e o condicionador, e também uma ou duas bolinhas, que eu teria dado. Ela levaria com o meu consentimento e não sem ele. Me senti traída, apunhalada. E isso não é um exagero.
A decisão é passional e óbvia: não a quero mais lá, nem pintada de ouro. E não devo explicação alguma; até porque se perguntar, ela vai me jurar de pés juntos que não foi ela, vai chorar, fazer uma cena patética que não vai me comover.
Penso que se estivesse em algum desses países do Oriente Médio, ela teria a mão cortada fora, em praça pública. Sei que é cruel, horrível, e que já me arrependi de ter pesando isso. Ah, mas adorei ter imaginado a cara dela sendo presa.
Sim, crianças, eu tenho medo de mim mesma quando estou com raiva.