casa da lulu

domingo, julho 25, 2004

No inverno, os dermatologistas recomendam banhos apenas mornos, rápidos, com pouco sabonete pra não retirar o manto hidrolipídico (é isso mesmo?) da pele e, depois desse banho de gato, muito hidratante no corpo e um específico pro rosto.
Todos os dermatologistas devem morar em Natal, onde faz sol e calor praticamente todos os dias do ano. Talvez no Caribe. É isso, moram por lá e dão entrevistas e e realizam suas consultas por video-conferência. Ah, porque se morarssem aqui, com a temperatura meio dia na casa dos 18° (meio dia, zeus, meio dia!), iriam mesmo é tomar um bom banho quente-fervendo-pelando por meia hora, sem coragem de fechar o chuveiro e sentir congelar-se; ainda mais depois de lavar o cabelo. Me sinto no Canadá. Quando estive lá, o termômetro marcava -30° e pensei que nunca fosse sentir frio igual. Claro que no hotel e em todos to-dos os lugares têm um puta sistema de calefação, mas na rua o bicho pega. Por isso o comércio em Ottawa funciona em ruas subterrâneas, como um shopping gigante à céu coberto e com algumas ruas dando acesso direto ao metrô. Mas aqui não é o Canadá. Extamente por isso, não há nenhuma infra-estrutura no Rio de Janeiro pra temperaturas abaixo dos 22°.
Só me resta o conforto de meia hora de água fervendo pela manhã mais meia hora de água pelando de noite. Impossível ficar sem roupa pra passar hidratante no corpo; é uma questão de escolha, claro: ou passo hidratante e a pele fica linda, linda e morro de hipotermia ou fico que nem um maracujá de gaveta bem quentinha. Sem chance, hidratante; passe amanhã.
Meu rosto parece que saiu do forno: fica num tom de rosa, quase vermelho, pele repuxada querendo escamar, um horror.
Mas um horror quentinho, aquecido e feliz.